– A avaliação na Educação Infantil exige muito do professor
Embora sejam bastante flexíveis, na escola há alguns parâmetros que ajudam a “medir” a evolução de seus alunos e alunas da Educação Infantil, a partir do que se espera em cada idade. Ainda assim, o mais importante é a medida da evolução a partir de si próprio, o quanto cada um consegue superar seus próprios desafios. Portanto, uma característica que não é diferente das avaliações nos anos dos mais velhos é o objetivo de que o aluno não esteja satisfeito no lugar que ele já alcançou. A avaliação deve ser um instrumento para os professores traçarem estratégias para implementar o desenvolvimento do aluno.
As crianças são muito, mas muito mais do que cérebros em desenvolvimento. São seres que buscam seu lugar no mundo, querem se conhecer, aprender a se expressar, a serem acolhidos e reconhecidos. Então, as avaliações feitas pelo professor devem estar para além de aquisição de conhecimento, mas também ajudar a promover o desenvolvimento de competências relacionadas à convivência e ao equilíbrio emocional.
Quanto mais diverso de experiências e interações é um ambiente para as crianças, mais rico será o processo de avaliação. Será pobre a avaliação se a escola restringir as possibilidades dos alunos, muitos talentos permanecerão escondidos, muitos interesses e potencialidades não se realizarão e a avaliação estará restrita a manifestações de poucas competências, muitas vezes desconectada dos interesses dos alunos.
Outra característica das avaliações na Educação Infantil é o retorno imediato para a criança que está sendo observada. É muito diferente do que acontece com alunos mais velhos em que há espaço para o professor levar para casa o trabalho do aluno e fazer uma devolutiva em outro dia. Na Educação Infantil, o professor deve estar o tempo todo caminhando junto das crianças, acompanhando, mediando e intervindo a partir dos percursos de aprendizado.
Há sempre uma insegurança quando se é colocado em uma situação de ser avaliado, seja numa avaliação médica ou na escola. É preciso sentir-se seguro para ser avaliado por alguém e, assim, aceitar essa análise e querer melhorar a partir dela. Portanto, um dos objetivos do professor é criar essa condição de confiança.
Para autoavaliar-se é preciso maturidade e responsabilidade. No CEB, mesmo pequenas, as crianças têm o direito e o dever de se autoavaliar. Mas esse é um direito que se deve conquistar e manter, quando ela mostra compreensão do significado dessa ação e de como ela gera um compromisso.
O princípio de educadores deveria ser sempre encarar uma avaliação como uma oportunidade de interferir em um percurso, sem colocar qualquer “carimbo” na criança. Isso pode parecer fácil, mas poucas coisas são mais difíceis na educação. Quando dizemos que uma criança é agitada, desobediente ou desinteressada, por exemplo, podemos fazer com que outras pessoas ajam com ela esperando um comportamento que pode reforçar algo que é somente circunstancial, dificultando a superação dessa característica. Poucas coisas são mais prejudiciais que essa atitude no desenvolvimento de alguém.
Leia mais matérias sobre a educação infantil no blog do CEB.
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