• Pensar em nossa relação com o dinheiro é pensar em nossa relação com o mundo
Educação financeira na escola é muito mais do que aprender a economizar ou como fazer o dinheiro render mais dentro do local de estudo. Ela também pode ser um convite a pensar no jeito em que se está no mundo; um convite para reflexões de qual é o valor do próprio tempo; de como e por que traçar metas financeiras; do que é necessário para atingi-las.
Quando você pensa em acumular bens materiais e dinheiro sabe que há um esforço para isso. Acredita que quanto mais melhor? Se sim, como fazer para alcançar nossos objetivos? São questões com as quais lidamos grande parte da vida. Há inúmeras questões importantes e profundas quando o assunto é dinheiro. Alguns poderão dizer que essa é uma conversa de adultos, mas com a abordagem apropriada, há grande potencial educativo em tratar o tema desde cedo em sala de aula, pois ajuda no desenvolvimento da capacidade de se planejar, de pensar a longo prazo, além de pensar sobre o próprio comportamento enquanto consumidor.
A relação com o dinheiro, gastos, economias, abrir mão de prazeres imediatos para alcançar benefícios futuros são coisas que se aprende a partir da experiência própria, mas também por meio de conversas, reflexões, acesso a histórias de outros e em debates. A escola pode e deve promover essas reflexões, lembrando sempre que não há uma resposta única. O jeito como lidamos com dinheiro tem relação com as condições materiais da vida de cada um e mesmo com os valores das famílias. Se for feito de forma apropriada para cada idade, tratar do mundo do dinheiro em projetos escolares pode contribuir muito com o autoconhecimento e o cultivo de resiliência e disciplina.
Em exemplo de projeto bastante prático para essa discussão acontece no 8o ano. Alunos se organizam para arrecadar dinheiro a partir da confecção e venda de um produto (em 2024 foram alfajores). São organizados grupos responsáveis por produção, divulgação, venda e investimento dos lucros. Em 2024, 40% do dinheiro arrecadado foi usado em um passeio para um parque aquático e os restantes 60% foram doados para um projeto social envolvendo a confecção de cartões de Natal.
Outro exemplo foi um projeto do Fundamenta 1 em que a conta de luz de casa foi analisada detalhadamente. Os alunos e alunas aprenderam o que representa cada valor expresso na conta, refletiram se é desejável economizar e como fazer isso.
Também há os cofrinhos nas turmas do Infantil e as pesquisas de preços de alimentos usados em atividades de culinária nos anos iniciais do Fundamental 1.
Como sempre acontece quando se trata de educação financeira, são necessários alguns sacrifícios para economizar. Eles valem a pena? Por outro lado, quais são os esforços necessários para conseguir dinheiro para pagar a conta.
• Quando trabalhado com a seriedade necessária, falar de educação financeira é falar sobre nosso jeito de estar no mundo;
• Se for feito de forma apropriada para cada idade, tratar do mundo do dinheiro em projetos escolares pode contribuir com o autoconhecimento e o cultivo de resiliência e disciplina.
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