• “ Aquilo que ainda não sei é minha melhor parte ”, Clarice Lispector
Aos 20 anos, pensamos que aos 52 estaremos velhos. A vida estará estabilizada, com filhos, casa, conquistas profissionais e pessoais. Álbuns (ou galeria) com fotos da época de escola no CEB, de inúmeras viagens, almoços, experiências, encontros. E mais importante: saberemos tudo!
Mas quando se chega aos 52 anos, ainda nos vemos cheios de incertezas e coisas para aprender. Talvez ainda com mais dúvidas do que tínhamos aos 20, idade de tantas certezas!
O CEB faz 52 anos com muitas fotos em suas paredes e lembranças, mas também com muitas paredes a preencher.
Alguém que faz 52 anos pode pensar: onde está aquele jovem que fui aos 22 anos? O que há ainda há em mim daquela menina de 10? Com a escola é parecido. Os 52 anos é somente o tempo que se conta a partir do registro em cartório de uma empresa? O que é comemorar seus 52 anos? Muitos passaram pela escola, construíram partes, deram suas contribuições, deixaram suas marcas. Qual é a soma dos tempos que cada um levou para realizar sua marca?
A formação de uma comunidade vai muito além de um espaço físico. Ela passa pelo reconhecimento do outro, da importância de estarmos juntos. Ela é reconhecida nos encontros de memórias. Uma comunidade é formada por pessoas que muitas vezes nem se conhecem, mas se reconhecem a partir de valores, de histórias e referências que vivenciaram mesmo em momentos diferentes da vida. “No nosso tempo”, “lembra daquele professor?”, “como era mesmo o nome daquela menina”? Ela está no entendimento coletivo de acontecimentos e símbolos.
As memórias nos unem e não nos deixam esquecer quem fomos, ou quem somos. Memórias construídas em um espaço chamado CEB. Um lugar com seus cheiros, sons, sabores e saberes. Lembranças dos sons dos aviões, dos apitos da educação física, dos nomes chamados ao microfone; dos cheiros do refeitório, do corredor, das salas de aula; das imagens da fazenda, dos jogos na quadra, dos brinquedos. Onde está tudo isso?
Está em cada um que possa falar que estudou, trabalhou, passou pelo CEB. Esse é nosso lugar comum, que une uma comunidade de incontáveis pessoas que terão dificuldade em definir o que faz 52 anos quando o CEB comemora seu aniversário. No fundo, cada um comemora também sua parte nesse tempo, seu pedaço nessa história. Viva a nossa comunidade, viva a todos os que passaram pelo CEB, seja na Guaramomis, ou na Jurema ou agora, na Tupiniquins 997.
Viva podermos contar histórias que vivemos juntos. E que ainda viveremos.
Em resumo:
Veja mais sobre o CEB no nosso blog e em nosso site.
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