– Boa aula.
– Tá, tchau.
– Volta aqui, me dá um beijo!
É comum uma brincadeira entre as famílias na porta da escola: pais e mães dizem não saber se ficam alegres ou tristes quando os filhos querem logo se soltar de seus braços e correr para dentro da escola. Mas isso pode ter a ver com a ansiedade de separação.
Claro que há uma alegria em ver filhos e filhas querendo entrar na escola! Mas há crianças (ou famílias) que demoram um pouco mais na (re)adaptação ao cotidiano escolar. No início do ano a ansiedade de separação é relativamente comum, o mesmo acontece no primeiro ano em uma nova escola. Se essa angústia causada pela separação demora mais para deixar de acontecer ou, mais importante, passa a existir depois de um período de “normalidade”, é fundamental entender o que está acontecendo. Trocar impressões com a escola é fundamental. Em casos mais recorrentes e severos, outra possibilidade é procurar ajuda profissional. Mesmo em casos mais leves, vamos chamar assim, é importante prestar atenção aos sinais que essa resistência de entrar na escola pode conter.
É essencial a própria família passar a tranquilidade com o processo de adaptação, acolhendo as inseguranças e demonstrando atenção aos sinais que a criança está emitindo. A atitude da família no momento da despedida, pode interferir bastante no “como” seu filho viverá o desafio da adaptação e do enfrentamento de uma situação nova para ele. Várias atitudes podem ajudar nesse momento:
Como se diz, “cada caso é um caso”, então, em uma situação como essa, olhamos para a criança e para a família sem pressa de aplicar qualquer modelo. Um exemplo disso foi um aluno do 1º ano do Fundamental, para quem sentimos a necessidade de um encontro com a mãe ao longo do dia, dentro da escola, o que normalmente não ocorre. Assim foi feito, em pouco todos ficaram satisfeitos e o problema foi resolvido. O princípio é dar o passo conforme a necessidade e a capacidade.
Uma criança que passa por um período em que precisa se (re)adaptar à vida escolar requer uma presença mais próxima dos educadores e assim é combinado entre todos. Alguém que vai até a criança e deseja um bom dia, outros se aproximam para conversar ao longo do dia. São ações que podem ser simples, mas têm grande força quando feitas de modo intencional e articulado pela equipe escolar.
Há casos em que são necessárias outras estratégias ou reuniões com a família. O importante é nos lembrarmos que mesmo nós adultos passamos por mudanças e temos nossas dificuldades que são naturais.
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