É comum as famílias agirem como se o único aspecto importante da vida escolar, a partir do Ensino Fundamental, fosse o desempenho pedagógico. O Ensino Fundamental é muito mais do que isso.
A educação é um processo que cada estudante percorre com seu próprio ritmo, incluindo a chegada até séries mais avançadas, a passagem ao fundamental 1 e o desenvolvimento individual. São diferentes velocidades, breves paradas, alguns saltos e vários marcos. Há marcos notáveis como o primeiro passo, a primeira palavra balbuciada, mas em geral são conquistas sutis.
Para cada um desses momentos, é preciso um olhar atento e uma distância cuidadosa, que seja pequena o suficiente a fim de possibilitar a observação e a intervenção, mas grande o suficiente para não sufocar ou atrapalhar o desenvolvimento. Assim também deve ser na passagem da Educação Infantil para o Ensino Fundamental 1, quando a criança amplia seus horizontes e passa a ter acesso a disciplinas formais, como matemática, ciências, línguas e outras.
Em vez de colocar a atenção apenas nos conteúdos que estão sendo aprendidos, uma dica é a família observar o desenvolvimento das habilidades e da autonomia da criança, e ficar atenta às dificuldades para oferecer o apoio adequado. Outra é ajudar a criança a exercitar a reflexão sobre o que ela quer e o que deve fazer ou aprender para poder realizar esse desejo.
Com a reestruturação do Ensino Fundamental em 2006, a criança ingressa nessa fase da vida escolar um ano mais nova, com 6 anos. Nessa etapa:
Formam grupos de acordo com a idade, com base em interesses específicos ou na partilha de segredos;
Raciocinam mais formalmente sobre causa e efeito e se interessam pelas Ciências e pela História;
Gostam de jogos com símbolos e significados (rimas, anagramas, códigos, cifras etc.);
Preocupam-se com processos de comunicação (querem ser compreendidas e levadas a sério);
Sua independência fica mais evidente. Ela passa a fazer escolhas com mais frequência e a questionar a autoridade dos adultos;
Elas estão cada vez mais atentas aos comportamentos dos outros. É fundamental que pais e mães não tenham um comportamento que não querem que seus filhos imitem;
Exigem cada vez mais atenção, posse e aprovação. As frustrações são inevitáveis nessa fase;
Aumenta a noção da realidade e o mundo de fantasia vai ficando para trás.
Diante de tantas mudanças e perspectivas, há muito o que as famílias podem fazer:
Não nutrir tanta expectativa, ele ainda tem 6 anos. Mesmo em uma mudança de ciclo, há vários aspectos que lembrarão mais uma subida suave do que saltos. Um exemplo é uma expectativa exagerada quanto à aquisição da leitura;
Estimular brincadeiras com regras mais claras. A criança gosta de brincar em grupo, a participação em jogos ajuda a compreender seu lugar no mundo;
Encorajar o desenvolvimento da autonomia, mostrando satisfação com as (grandes ou pequenas) conquistas de seus filhos;
Atribuir responsabilidades para a criança desempenhar pequenas tarefas: escolher a própria roupa, preparar o próprio lanche, arrumar o material escolar, de acordo com o horário, participar das tarefas da vida familiar, como na arrumação da mesa, por exemplo;
Sempre é importante uma conversa com os educadores para uma avaliação mais acurada;
– Estar atentos às mudanças, na maioria das vezes sutis;
– Focar no desenvolvimento de habilidades;
– Observar e interferir, mas deixar espaço para promover a autonomia da criança;
– Conversar com educadores e trocar com outras famílias para uma compreensão mais acurada das crianças nessa fase.
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