• “Desculpe, filho. Eu deveria ter feito mais”, pai, na série “Adolescência”, Netflix.
Como proteger nossos filhos? Esta é uma dúvida comum de todo pai. Podemos oferecer a nossos filhos a experiência de tantas histórias vividas, o aprendizado com erros e acertos, compartilhar receios e inseguranças, apresentar livros, filmes e músicas, mas será suficiente para criarmos pessoas responsáveis, autônomas, felizes e que tenham sucesso nos caminhos que escolherem seguir? Pessoas que tenham tudo isso sem prejudicar ninguém?
É comum ouvirmos que é preciso uma aldeia para educar uma criança. O problema é que a imagem de uma aldeia formada por uma comunidade acolhedora e disposta a ajudar não corresponde à realidade da maioria de pais e mães. Embora possamos contar com a escola, amigos e família, nossa aldeia é formada também por pessoas sem rosto no TikTok, Instagram, X… Há de tudo, de bom e de ruim, que chega aos nossos filhos ainda sem as ferramentas necessárias para filtrar, interpretar e absorver esse mar de estímulos e informações.
Já não há o lugar seguro que os quartos de nossos filhos representavam há dez anos.
É comum a sensação de não nos sentirmos tão felizes quanto às vidas mostradas por outros nas redes sociais. Pior que isso é quando sentimos que não somos tão felizes quanto nossos próprios perfis mostram…
As redes amplificam visões de mundo e modos de vida, ajudam a projetar amor e ódio, enfim o melhor e o pior de nós.
Como proteger nossos filhos? Por mais que falemos para eles, é necessária uma visão crítica que somente se adquire com o passar do tempo e das experiências vividas. Acidentes são inevitáveis nesse percurso.
Mas pais e mães não podem fazer nada?
Apesar de todo empenho, não há qualquer garantia de êxito na forma que educamos. Ainda assim, não custa estarmos atentos a alguns princípios:
• Resiliência e foco – educação é repetir, insistir, mantendo foco e energia diariamente;
• Atenção e presença – não há o que fazer se não sabemos como o que lidamos. Esteja presente, esteja perto;
• Humildade – é possível fazer diferente? Sim, sempre é;
• Autoconhecimento e autocontrole – o que fica para o outro é o que transborda de nós mesmos;
• Força e paciência – “coragem para mudar o que deve ser mudado, serenidade para aceitar o que não for possível e sabedoria para distinguir um do outro.”;
• Disciplina ao dar o exemplo – ações educam mais que palavras.
Dessa aldeia também fazem parte nossos parceiros na jornada de educar. Outros pais e mães com medos, esperanças e ignorâncias assim como nós. Se essas trocas não servirem para nos ensinar a educar, certamente nos mostrarão que não somos os únicos perdidos (ou quase).
Diante de toda nossa insuficiência, o que resta é buscar a certeza de que fizemos o melhor de nós. O que não é pouca coisa.
Leia mais sobre educação infantil no blog do CEB.
• Diante de toda nossa insuficiência, precisamos buscar a certeza de que fizemos o melhor de nós;
• O melhor de nós como pais e mães ainda está em construção, mas é preciso pressa.
O Post não tem posts relacionados no momento