– Há espaço para muita coisa na educação, mas não para a adesão sem crítica
Muito já se falou de como diversas tecnologias mudariam radicalmente o desenvolvimento de crianças, como o rádio, a televisão, a internet e, agora, temos a questão da Inteligência artificial na educação infantil.
Tratar de inteligência artificial, especialmente sobre a chamada generativa, pode ser falar de quais profissões surgirão e quais estão condenadas a acabar, das bolhas nas redes sociais, sobre modelos matemáticos e probabilidades ou sobre como os seres humanos estão mudando sua forma de pensar. Mas e a educação, como está lidando com isso? Ainda é cedo para perceber um movimento consistente, seja de adesão ou de negação.
A educação é mais lenta em colocar nas suas práticas as novidades tecnológicas. É certo que há resistências entre aqueles que já estão acostumados a fazer ou ensinar de uma forma, usando o argumento de “sempre deu certo”. Há também aqueles que, em menor número, se apressam em aderir com medo de “ficar para trás”.
Uma das características de quem se ocupa da educação deveria ser a prudência ao analisar novas práticas. Apropriar-se criticamente de uma tecnologia, especialmente com o potencial da inteligência artificial generativa, exige rigor, estudo, debate. Por outro lado, como conhecer sem experimentar, sem praticar? Aí voltamos à pergunta que deveria nortear essa investigação: por que usar? Ou até, por que não? Então, um espaço para a atuação da educação é promover mais discussões éticas do que técnicas. Mais filosóficas do que utilitárias.
Para ajudar nesse debate sobre a inteligência artificial na educação infantil, podemos pensar nas atuações que terão cada vez mais relevância: visão crítica e metódica dos cientistas; sensibilidade e originalidade dos artistas; cuidado e empatia de profissionais da saúde; atenção e altruísmo dos educadores, são algumas delas.
A inteligência artificial já tem um papel central nas nossas vidas. Mostras disso são aplicativos como Youtube, Netflix , Instagram , Waze etc. A escola tem de ser o lugar de onde esses recursos são vistos com uma distância cuidadosa, mas sem medo de enfrentar o debate.
É inevitável que em algum momento as salas de aulas ocupem-se de discutir sobre as entregas de conteúdos nas redes sociais, incluindo falsos e manipuladores, mediados ppr IA. A educação midiática contra a desinformação é uma questão central na formação do cidadão.
Ainda não há estudos e experiências de longo prazo, mas uma aposta é a do ensino/aprendizagem personalizado, o próprio olhar crítico sobre os frequentes erros das ferramentas de inteligência artificial, ou ainda como ela pode ajudar na elaboração de planos de aula e provas, desde que não seja um “copia-cola”.
O mundo já aceitou o uso da inteligência artificial, não faz sentido a escola ir contra. Agora a educação deve trabalhar para maximizar os benefícios e minimizar os malefícios. Ambos existirão.
Leia mais sobre o uso de tecnologia na educação infantil lendo o blog do CEB.
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