“Mas nem tudo que é sonhado
De fato é realizado
Gregório Herman, coitado,
Era um galo desafinado”
Trecho da obra “Um galo desafinado”, de Ivo Minkovicius
Os livros podem ajudar muito quando queremos introduzir ou discutir um assunto com jovens e crianças. A chegada de um irmãozinho ou a morte de alguém querido são exemplos de temas que a companhia de um livro pode facilitar um começo de conversa.
O texto escrito traz reflexões e elaborações que clareiam o assunto, que apontam caminhos a serem pensados e debatidos com as crianças. Muitas vezes, os livros trazem a leveza do universo infantil a questões mais difíceis. Introduzir uma conversa com o uso do livro serve para crianças leitoras ou não, e neste caso, um adulto pode intermediar a leitura.
O primeiro passo é a escolha cuidadosa de um livro. Como são os personagens, eles poderão atrair o interesse da criança? Quem é o autor, como ele costuma tratar o tipo de tema sobre o qual queremos conversar? A forma como o livro desenvolve o assunto tem relação com a realidade da criança? A linguagem é apropriada ao momento da criança, à sua faixa etária? A adequação do livro depende da sensibilidade dos adultos e, principalmente, do conhecimento sobre a criança a qual a obra será apresentada.
Intermediar o encontro da criança com os livros, seja como leitor intermediador, seja pela sugestão de títulos, é uma ótima chance de cultivar um hábito importantíssimo para a vida toda. Não há questão humana que não esteja tratada na literatura. E cada uma delas, tratada de formas diversas, com profundidades variadas, com linguagens acessíveis para todas as idades. Tudo está nos livros!
Outra vantagem de um adulto assumir o papel de apresentar livros a crianças é a oportunidade de ele próprio retomar o hábito de leitura.
Quem tem um livro nas mãos nunca está sozinho, seja num hotel, numa fila ou na praia. O livro respeita o ritmo do leitor, que pode ler e reler; ele abre espaço para a imaginação, não fecha as possibilidades de interpretação. Um bom livro convida o leitor a “escrevê-lo junto”, pois cada um levará algo diferente do livro, dependendo de sua vivência, de sua visão de mundo, que, aliás, sempre fica maior depois de fechar a última página.