Aprendizado entre pares na infância

18 de abril de 2023 | Educação Infantil, Fundamental 1, Fundamental 2

Me dá! É meu! Olha o que eu ganhei! Que é isso? Me empresta? Machucou? 

Muitas vezes, é difícil para um adulto entender as dinâmicas por trás das interações entre crianças. Em geral, elas interagem entre si de forma colaborativa e buscam em conjunto entender o mundo. Muitos dos aprendizados de competências sociais são construídos entre pares.  

É fundamental que as famílias valorizem e promovam esses encontros entre crianças, afinal há aprendizados entre elas que não podem ser substituídos por intervenções dos adultos. Muitas vezes, é mais fácil aprender em pares do que com adultos, isso quando não for a única forma. Imagine a revolução que é para uma criança encontrar alguém como ela, com seu tamanho, suas dificuldades e interesses. Claro que os dois terem interesse pelo mesmo objeto pode causar alguma briga, mas até esse conflito é uma oportunidade de aprendizado que somente com outra criança se pode ter. 

Crianças aprendem muito juntas: 

– Autoconhecimento: ao vermos alguém tão parecido conosco em ação, aprendemos muito, seja por observação ou pelo olhar do outro sobre nós mesmos; 

– Empatia: tendemos a desenvolver a empatia por pessoas que enfrentam dificuldades conhecidas por nós; 

– Colaborar e compartilhar: é mais fácil compartilhar e colaborar com pessoas que estão em um estágio de desenvolvimento mais próximo ao nosso; 

– Esperar sua vez: a criança percebe mais claramente que não está só no mundo e que deve pactuar alguns limites; 

– Estabelecer seu espaço: quando pactua limites, testa suas possibilidades e percebe mais facilmente aquilo de que não pode abrir mão. 

Bullying 

As interações entre crianças nos anos iniciais escolares colaboram para a prevenção de situações de bullying, que ocorrem mais frequentemente em anos posteriores. É importante aprender desde cedo o estabelecimento de espaço individual no coletivo, o respeito mútuo, a empatia pelo sofrimento do outro. Esses aspectos devem ser promovidos, intencionalmente, por adultos na construção de habilidades emocionais e comportamentais que favoreçam as interações com outras crianças e diminuam as chances de bullying. Outros exemplos são ajudar o filho a entender suas próprias emoções e as das outras crianças, lidar com os impulsos negativos, desenvolver a linguagem e ações de colaboração. 

Na escola 

É na escola que as interações acontecem com mais intensidade e em cenários que facilitam as trocas e ressignificam os aprendizados. A escola é um espaço coletivo e diverso em que as crianças podem trocar conhecimentos com acompanhamento mais próximo de educadores.  

Além dos encontros com crianças da mesma idade, há a possibilidade de interações entre crianças de idades diferentes, mediadas por educadores, que possibilitam uma grande quantidade de oportunidades de desenvolvimento. 

E você? 

Você se lembra das vezes em que aprendeu ou ensinou algo estando com um colega na infância? Das brigas que tiveram? Das pazes que fizeram? Lembra de quanto cresceram juntos? Ainda encontra alguns? Sente saudades? 

Em resumo: 

– Imagine a revolução que é para uma criança encontrar alguém como ela, com seu tamanho, suas dificuldades e interesses; 

– É fundamental que as famílias valorizem e promovam esses encontros entre crianças, afinal o aprendizado entre elas não pode ser substituído por intervenções dos adultos; 

– As interações entre crianças nos anos iniciais colaboram para a prevenção de situações de bullying. 

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