– Os bons pais e mães e professores são aqueles que trabalham para se tornarem desnecessários nas vidas dos filhos e alunos.
Uma pessoa autônoma é capaz de tomar decisões por conta própria sabendo quais serão as consequências. Ela não precisa que alguém a esteja controlando ao fazer algo. Mais do que isso, sabe o que é certo e errado, faz conscientemente suas opções, pois acredita que é o melhor a ser feito, que isso combina com sua vida e valores.
O desenvolvimento da autonomia nas crianças é um trabalho conjunto entre famílias e escola e está ligado às relações que os alunos e alunas têm em casa e no ambiente escolar.
Família
É muito comum conversar com pais e mães que, orgulhosos, contam das conquistas que seus filhos têm tido quando se fala de independência: já não usa fralda! Já se alimenta sozinho! Já não precisa que a gente peça para arrumar seu armário, nem que a gente mande estudar. Às vezes não é tão simples assim.
Os bons pais e mães são aqueles que trabalham para se tornarem desnecessários nas vidas dos filhos e isso é cultivar a autonomia. Há uma grande beleza nesse gesto. Embora seja um dos processos mais difíceis na educação, é um desejo de toda, ou quase toda família, já que há um pouco de dor em ver nossos filhos crescendo, tornando-se independentes.
Por que é tão comum entre adultos desejarem a autonomia de seus filhos, mas terem grande dificuldade em deixar que eles cresçam? Não são poucos os casos em que as crianças já não precisam ser alimentadas na boca, mas continuam sendo; que não precisam dormir acompanhadas, mas continuam, etc. Será que é para “garantir” que comam, que durmam?
No entanto, é comum ver famílias que dão independência quase irrestrita quanto ao uso da tecnologia. Por que essas duas atitudes tão diferentes? Por que a presença é necessária para comer, mas não para controlar os ambientes virtuais frequentados pela criança, que são os locais onde elas se alimentam virtualmente? Por que fazemos essas escolhas?
Será que é porque temos a necessidade de fazermos os nossos filhos felizes e entendemos que eles devem “fazer o que todos fazem”? Será que é porque temos mais conforto em fazer algumas coisas do que outras, já que parece ser mais fácil manipular garfos e colheres do que entender alguns aplicativos. Isso também pode ter a ver com o adiamento de termos conversas difíceis com nossos filhos, tais como restrição a redes sociais. É preciso enfrentar nossas próprias dificuldades para promovermos a autonomia dos filhos.
Em resumo: