Na mesa silenciosa, comida no prato, olhos nos celulares.
A mãe:
- – Já falei pra vocês largarem os celulares!
Alguns minutos depois: falta de assunto, caras feias, protestos.
- – Tá bom, só um pouquinho…
Cenas como essa são cada vez mais comuns nos restaurantes, parques, praias, nas casas. O uso excessivo de celular é cada vez mais comum, causando dependência psicológica para muitas pessoas, um transtorno que tem até nome: nomofobia, que se refere ao medo ou ansiedade que causa a falta do uso do celular por muito tempo. Mas e na escola? Como é o uso de celular em salas de aula?
Entre tantos prejuízos de um uso excessivo de celular, está a privação de uma convivência presencial de mais qualidade. Muitos dizem que o veículo do amor é a atenção; dar atenção a alguém é uma forma direta de dizer que se importa com ele, que gosta dessa pessoa. E quando o celular ocupa nossa atenção enquanto estamos acompanhados, ele dilui a intensidade desse encontro, diminui a possibilidade de, com uma interação de mais qualidade, conhecermos mais essa pessoa, nos surpreendemos (ou nos decepcionamos também) com ela.
Não estamos falando dos tantos possíveis prejuízos, como a preguiça de pensar, a falta de disciplina para nos dedicarmos mais profundamente a uma determinada tarefa ou até problemas oculares e de postura, por exemplo. No caso da cena imaginada no início deste texto, o uso dos celulares pode inibir o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis.
Mas o foco aqui é a convivência, especialmente quando envolve jovens e crianças. O hábito cultivado cedo é mais difícil de ser modificado depois. Para o bem ou para o mal.
Gostar de alguém, desenvolver empatia ou estabelecer vínculo necessita de dedicação e atenção. Convivência é treino.
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É comum ouvir pais e mães que não têm muito tempo com os filhos dizerem que o importante é a qualidade dos encontros. Qualidade importa, sem dúvida, mas quantidade também é importante. O uso excessivo do celular durante encontros familiares traz também esse prejuízo, pois rouba um tempo precioso de convívio, além de tornar os encontros mais superficiais.
Os aparelhos celulares em si não são um problema, claro, mas seu uso excessivo, sim, é um grande problema que tem sido relatado e debatido com cada vez mais frequência entre as famílias. Como pais e mães, nosso esforço é duplo: cuidarmos dos nossos hábitos e os de nossos filhos também. Aí, como em tudo na educação, vale o exemplo. Então, o desafio está em regularmos nossas próprias atitudes, além de arrumarmos energia para perseverarmos na promoção da disciplina de nossos filhos. Mas o esforço será recompensado. Muitas questões podem ser evitadas futuramente se hoje houver uma observação mais atenta por parte da família.
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