– Não tem fórmula simples. Trata-se de valores, autoconhecimento, e de nossa relação com o tempo e com o mundo ao nosso redor.
Quando falamos de hábitos de estudo, logo pensamos em procedimentos, ambientes, disciplina, foco, técnicas de aprendizado e memorização. Tudo isso é realmente importante. Mas o cultivo de bons hábitos de estudo começa, ou deveria começar, bem antes de termos a necessidade de estudar para realizar uma prova, entregar um trabalho ou fazer uma lição de casa. Se não foi assim que aconteceu conosco, assim deverá ser com nossos filhos e alunos. Como fazer isso?
Muitos dizem que o papel dos adultos é apresentar o mundo aos mais novos. Certamente, essa apresentação pode estar “contaminada” por nossa visão, no entanto, ajudaremos nossos filhos e alunos ao falarmos com honestidade e objetividade sobre nossos desafios profissionais, de como é ou foi nossa relação com os estudos, nossa disciplina, de quanto nos custou para adquiri-la, ou quanto nos custa a falta dela.
O importante ao enfrentarmos os desafios de estudar é cultivar o prazer das conquistas que vêm com com o empenho pela busca de conhecimento, a ideia de “quem sabe mais saboreia mais”, a necessidade de se adiar recompensas para que elas venham com mais significado. São todas questões complexas, mas que não devem ser tratadas a partir da noção, muitas vezes simplista, do certo X errado. Mais efetivo será se as crianças reconhecerem as dificuldades de se ter disciplina e de manter o foco, saberem que enfrentarão, com cada vez maior intensidade, um mundo repleto de distrações.
Uma expressão das crescentes distrações está numa atitude cada vez mais comum: atenção dividida entre duas tarefas ou duas telas; também é cada vez mais comum ouvirmos que o sucesso das séries de “streamings” se deve à duração dos episódios. É recorrente ouvirmos sobre a falta de paciência de se assistir a um filme do início ao fim em uma única vez. Muitas vezes a opção por séries fica por conta da duração dos episódios.
A tarefa de cultivar bons hábitos de estudo é desafiadora e passa pela parceria entre família e escola. A criança deve perceber coerência nas atuações de ambas, desde nos procedimentos cotidianos até o incentivo para o estudo. Um bom teste para medir essa coerência é como a família e a escola respondem a uma mesma pergunta: “Estudar para quê?”
Enquanto as crianças não não forem autônomas para organizar e realizar seus estudos, podemos lançar mão de estímulos mais facilmente reconhecíveis por elas como recompensas pontuais, procedimentos e ambiente adequado:
• – Estabelecer horários e metas;
• - Preparar um ambiente adequado, livre de distrações e com materiais à disposição;
• - Dedicar ajudas pontuais ao longo do estudo;
• - Acompanhar e relembrar objetivos de curto e médio prazos.
Uma série de regras ou boas intenções podem não ser suficientes para termos bons hábitos de estudo. O importante passa por valores, autoconhecimento e pela nossa relação com o tempo e com o mundo ao nosso redor.
Leia mais sobre estudo no blog do CEB. Veja o nosso artigo sobre o ENEM.
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