– Amigo ou parceiro de verdade é aquele que tem liberdade de dar más notícias ou “chamar a atenção” para situações que preferimos não vivenciar.
A chegada à escola marca a transição da convivência da criança no espaço privado da casa para o espaço público da escola. Essa é uma mudança importante na vida de todas as crianças, mas também das famílias. Nesse momento, nascem inúmeras relações das crianças com colegas, educadores, funcionários e outras famílias. Nasce também a parceria entre família e escola.
A escolha da escola adequada é tema para muitas reflexões, mas aqui vamos partir do fato de a escolha já ter sido feita. À medida que as aulas acontecem, as primeiras impressões vão dando lugar à realidade da convivência e dos inevitáveis questionamentos, por vezes conflitos entre escola e família. Isso é natural em qualquer parceria ou amizade. Mas um relacionamento produtivo, honesto e cuidadoso somente pode existir na medida em que a escola não se furta de comunicar da forma mais direta e rápida possível qualquer alerta sobre os filhos.
Esse é um ponto sensível, pois ninguém gosta de dar ou receber más notícias, ainda mais quando confrontam a idealização que fazemos de nossos filhos. Mas é importante lembrar que somente quando um problema é tratado diretamente, é que ele pode ser enfrentado e superado.
Uma forma de medir a seriedade do trabalho pedagógico é também ver qual é a disposição da escola em “bancar” atitudes que desacomodem as famílias com notícias que confrontam essa idealização. Para chegar a um estado de ampla confiança, é necessário um constante diálogo, em que a presença da família na escola e a boa comunicação entre família e escola são cultivadas.
Em uma relação de confiança entre família e escola, são os filhos que mais saem ganhando. Essas notícias desagradáveis, que podem ser desde falta de disciplina nos estudos até comportamentos inadequados com colegas ou educadores, podem ser oportunidades para corrigir rumos, fortalecer nossos filhos e assim seguirem seus percursos pelo mundo com maior vigor. Em muitos momentos o mundo não será generoso, ou mesmo cuidadoso com nossos filhos, e não estaremos lá para protegê-los. Nesses momentos, resta que eles estejam mais fortes.
Não se deve imaginar que a escola estará sempre certa. Não é assim que acontece. A família deve ponderar com contrapontos, quando necessário, mas sempre com a escuta atenta, afinal a iniciativa de não deixar passar uma questão que poderá desdobrar-se em situações mais graves no futuro deve ser notada como uma disposição séria da escola em educar. Uma vez dado o alerta, o importante é estabelecer um diálogo franco, contextualizado e com informações precisas e claras. Na maioria absoluta dos casos, esse diálogo é muito produtivo e resulta em conhecimento de ambas as partes e em progresso no percurso educativo da criança.
– Um relacionamento produtivo, honesto e cuidadoso somente pode existir na medida em que a escola não se furta de comunicar da forma mais direta e rápida possível qualquer alerta sobre os filhos;
– Uma forma de medir a seriedade do trabalho pedagógico é também ver qual é a disposição da escola em “bancar” atitudes que desacomodem as famílias com notícias que confrontam a idealização que elas têm de seus filhos;
– Não se deve imaginar que a escola estará sempre certa. A família deve ponderar com contrapontos, mas sempre com a escuta atenta;
– Para chegar a um estado de ampla confiança, é necessário um constante diálogo, em que a presença da família na escola e a boa comunicação entre família e escola são cultivadas.
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