– Não pode haver opção entre ser ou não ser antirracista
Quando estamos frente a uma injustiça ou violência, há uma escolha a ser feita. Não erra quem escolhe preocupar-se com a vítima, identificar suas necessidades e reparar o dano sofrido, além de estimular aquele que o provoca a compreender seu papel e responsabilizar-se pela reparação. Esse é o papel de uma sociedade antirracista.
Diante do racismo, tão comum em nossa sociedade, o CEB escolheu criar um Protocolo Antirracista. Ele se baseia no conceito de Justiça Restaurativa, que busca solucionar conflitos por meio do diálogo e da negociação, com a participação da vítima e do ofensor (quando possível e apropriado), assim como eventuais envolvidos, como os espectadores de uma situação racista, por exemplo. O objetivo é transformar situações conflitivas em relações de cooperação e construção.
A forma de tratar conflitos proposta pela Justiça Restaurativa está alinhada e é coerente com os princípios pedagógicos e educacionais do CEB, como a ideia de aprendizado constante e a de educação em comunidade, por exemplo.
Cada integrante da escola deve fazer parte do combate ao racismo, por isso é muito importante que todos participem de todas as etapas de ação para esse combate, desde educadores até as famílias.
O Protocolo Antirracista no CEB ampliou as possibilidades de discussão do tema, aprofundou os espaços de estudo e aproximou pessoas na reflexão sobre o racismo.
Quando a comunidade atua em uma mesma direção, há uma ação mais coordenada e coerente e uma chance bem maior de se atingir os objetivos.
Uma das ações do Protocolo é o Núcleo Racial, um espaço que reúne, uma vez por mês, famílias e educadores. São encontros para estudo e reflexão sobre o racismo e práticas antirracistas, além de trocas e sugestões de produções culturais, como livros, filmes e artigos sobre o tema.
Esses momentos são também oportunidades para a troca de experiências entre pais e mães de estudantes de diferentes séries, além de educadores e especialistas. É uma forma de nos tornarmos melhores enquanto cidadãos e educadores, além de mostrar, na prática, uma ideia tão importante para o CEB: educamos em comunidade!
É o tipo de encontro do qual nunca saímos iguais a quando entramos.
Quando acontece alguma situação de racismo na escola, a intervenção a partir dela nunca é decidida por uma única pessoa. A Equipe de Mediação é um grupo responsável, que se debruça sobre situações que podem ocorrer no cotidiano, e mediar as tratativas e encaminhamentos para os casos de racismo. São várias pessoas pensando e sugerindo a melhor maneira de atuar sobre cada situação. Todas as decisões são registradas, criando assim um “banco” de vivências. Além de professores, os participantes da Equipe ocupam diferentes funções dentro da escola: coordenação, direção, recreação e administração.
Os resultados desse trabalho organizado e sistemático já começam a aparecer: vemos que o aprendizado coletivo tem se intensificado, tornando as intervenções mais consistentes e efetivas.
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