(Re)adaptação, cada caso é um caso!

5 de julho de 2024 | Educação Infantil

Boa aula. 

– Tá, tchau. 

– Volta aqui, me dá um beijo! 

É comum uma brincadeira entre as famílias na porta da escola: pais e mães dizem não saber se ficam alegres ou tristes quando os filhos querem logo se soltar de seus braços e correr para dentro da escola. 

Claro que há uma alegria em ver filhos e filhas querendo entrar na escola! Mas há crianças (ou famílias) que demoram um pouco mais na (re)adaptação ao cotidiano escolar. No início do ano a ansiedade de separação é relativamente comum, o mesmo acontece no primeiro ano em uma nova escola. Se essa angústia causada pela separação demora mais para deixar de acontecer ou, mais importante, passa a existir depois de um período de “normalidade”, é fundamental entender o que está acontecendo. Trocar impressões com a escola é fundamental. Em casos mais recorrentes e severos, outra possibilidade é procurar ajuda profissional. Mesmo em casos mais leves, vamos chamar assim, é importante prestar atenção aos sinais que essa resistência de entrar na escola pode conter. 

  • A criança está sendo acolhida pelos colegas? 
  • Há questões de bullying ou algum tipo de constrangimento? 
  • Como está o desempenho acadêmico? 
  • A escola tem conhecimento e como tem atuado nessa situação? 
  • A família tem demonstrado segurança no momento da despedida? 
  • É uma questão mais ligada a deixar a casa do que ir para a escola? Há algum sinal de carência ou dificuldade de ficar só? Será um apego à rotina de casa, com seu sossego, jogos, internet? 

A família 

É essencial a própria família passar a tranquilidade com o processo de adaptação, acolhendo as inseguranças e demonstrando atenção aos sinais que a criança está emitindo. A atitude da família no momento da despedida, pode interferir bastante no “como” seu filho viverá o desafio da adaptação e do enfrentamento de uma situação nova para ele. Várias atitudes podem ajudar nesse momento: 

  • Como acontece com quase todas as situações do desenvolvimento infantil, o importante é conversar, tanto para entender o que está acontecendo quanto para tranquilizar a criança, preparando-a para as inúmeras mudanças que vai enfrentar ao longo da vida; 
  • É muito importante combinar a despedida. Vale antecipar o que acontecerá, por exemplo: “chegaremos na escola, você será acolhido, ficará até determinado horário, voltarei para lhe pegar…” Chegar no horário combinado, é muito importante! 
  • Também é útil realizar alguns combinados, tais como marcar um passeio ao final das atividades escolares, ou mesmo, se a escola achar adequado, combinar um encontro no horário do recreio, por exemplo; 
  • Importante também é fazer uma readequação da rotina em casa para facilitar a adaptação aos horários da escola, como dormir e tomar café da manhã mais cedo. Ajuda a criança estar mais disposta e desperta no horário de sair de casa; 
  • A parceria com a escola é fundamental, então converse com os educadores sobre o processo de seu filho ou filha. Combine estratégias para ação em comum. 

No CEB 

Como se diz, “cada caso é um caso”, então, em uma situação como essa, olhamos para a criança e para a família sem pressa de aplicar qualquer modelo. Um exemplo disso foi um aluno do 1º ano do Fundamental, para quem sentimos a necessidade de um encontro com a mãe ao longo do dia, dentro da escola, o que normalmente não ocorre. Assim foi feito, em pouco todos ficaram satisfeitos e o problema foi resolvido. O princípio é dar o passo conforme a necessidade e a capacidade. 

Uma criança que passa por um período em que precisa se (re)adaptar à vida escolar requer uma presença mais próxima dos educadores e assim é combinado entre todos. Alguém que vai até a criança e deseja um bom dia, outros se aproximam para conversar ao longo do dia. São ações que podem ser simples, mas têm grande força quando feitas de modo intencional e articulado pela equipe escolar. 

Há casos em que são necessárias outras estratégias ou reuniões com a família. O importante é nos lembrarmos que mesmo nós adultos passamos por mudanças e temos nossas dificuldades que são naturais. 

Em resumo: 

  • Preste atenção aos sinais que essa resistência de entrar na escola pode conter; 
  • Situações de ansiedade de separação exigem estratégias individualizadas; 
  • É essencial a família e escola passarem a tranquilidade com o processo de adaptação, acolhendo as inseguranças e demonstrando atenção. 

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